Eu era pequenina, tipo, para a altura da infância, e andava na moda uma maneira de guardar musica que pouca gente daqui a uns anos nem sequer se vai lembrar, ou se se lembrarem, vão falar dela com aquele tom que já ouvi alguns jovens adolescentes de hoje usarem : “Cassetes, uiii! Isso é do tempo da idade da pedra!”. Garanto-vos a vós, que me leem, que as cassetes eram na altura o maior meio de pirataria que existia e era um custo encontrar as musicas que queriamos, gravando-as da radio com aquelas lindas vozes que diziam antes de começar uma musica “Você está a ouvir a Rádio Marginal, e a musica a seguir chama-se Heart of Steel, dos poderosos Manowar”. Nostalgias de cassete à parte, não foi da radio que eu gravei a musica.
A cassete vinha totalmente em branco (como aqueles ficheiros horrendos que dizem “track 1, track 2, track 3”... que apetece matar quem ripou o dito sem fazer o download da informação) e eu “pedi-a emprestada por tempo indeterminado” à colecção de cassetes do meu irmão. Apetecia-me, como ainda hoje me acontece muitas vezes, ouvir algo novo. E contente, sentada à frente da aparelhagem, começei a ouvir os primeiros acordes dedilhados no piano do “Heart of Steel”, até hoje lembro-me deles, completamente hipnotizada, a ouvir a voz do Eric Adams a fazer uma fogueira para iluminar o caminho para casa... E, *puf*, não se fez chocapic mas se já ouvia metal na minha infância, rendi-me completamente às baladas dos Manowar. (curiosidade: só descobri que eram os Manowar 10 anos mais tarde, a falar com amigos sobre musicas que nos marcaram).
Histórias sentimentais à parte (porque já deu para reparar a esta altura, que a musica e a banda são velhas companheiras minhas, marcando-me a grande influência do metal nos meus gostos musicais), os Manowar formaram-se quando o baixista Joey DeMaio juntou o resto do pessoal para formar a banda mais barulhenta do mundo (160 decibeis, está gravado no Guiness Book of Records) e gravaram em 1988 Kings of Metal, onde pertence a dita balada que vos falo. Foram considerados por alguns, os pais do Power Metal e ... hail... ainda não há som como este.
Da musica em si posso dizer que adoro o piano, melancólico e épico, que nos leva numa jornada pelo caminho do guerreiro que nasceu com um coração de aço. A voz do Eric, perfeita para este tipo de histórias, quase nos fala ao ouvido, incitando-nos a viver por aquilo que acreditamos. Os dedilhados são perfeitos, o ambiente que se cria, magnifico, e todo o som épico faz-me ficar envergonhada das minhas palavras, que são poucas e parcas, para falar desta musica (sem falar a tremenda falta de jeito que tenho para descrever uma musica por palavras).
E assim nasceu uma guerreira com um coração de aço. *risos*
Chega de conversa, convido-vos a ouvir a musica, se possivel a original, já que não encontrei um video da musica em estudio, deixo-vos com o video do ensaio com a orquestra. E ao vivo em 1999, em Lisboa.
Build a fire a thousand miles away
to light my long way home
I ride a comet
My trail is long to stay
Silence is a heavy stone
I fight the world and take all they can give
There are times my heart hangs low
Born to walk against the wind
Born to hear my name
No matter where I stand I'm alone
Stand and fight
Live by your heart
Always one more try
I'm not afraid to die
Stand and fight
Say what you feel
Born with a heart of steel
Burn the bridge behind you
Leave no retreat
There's only one way home
Those who laugh and crowd the path
and cut each other's throats
Will fall like melting snow
They'll watch us rise with fire in our eyes
They'll bow their heads
Their hearts will hang low
Then we'll laugh and they will kneel
and know this heart of steel was
Too hard to break
Too hard to hold
Stand and fight
Live by your heart
Always one more try
I'm not afraid to die
Stand and fight
Say what you feel
Born with a heart of steel
HAIL!
2 comments:
Esta música é muito especial para mim. Em alturas difíceis do meu crescimento e desenvolvimento como pessoa, processo em grande parte passado mais só do que é desejável, esta música e banda foi sem dúvida uma das maiores companhias e forças de apoio.
Especial também o momento mostrado no segundo vídeo, já que estive lá e apesar de ter sido um concerto ao qual fui sozinho, foi um momento especial que duvido que possa ser inigualado caso os veja novamente ao vivo.
Os senhores Manowar...
Hmmmm...
As horas que passei a ouvi-los...
Muito arreliei a minha mãe...
Concertos... Não tive o prazer de assistir a nenhum e muito me entristece isso...
@)--;---
C.
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