À parte do meu grande amor por blues, a história desta canção em si é algo atribulada. A versão original é de 1957, escrita por Screamin' Jay Hawkings, uma canção que, segundo reza a história, passou rapidamente a ser famosa porque o seu interprete grunhia, uivava, ameaçava de um modo selvagem, a dizer que a “lady” era dele. Apesar de tudo, muitos foram os interpretes que fizeram uma cover desta balada, os Creedence Clearwater Revival tocaram-na ao vivo no Woodstock (entre outros interpretes pode contar-se com Nina Simone, Natacha Altas, The Animals, Nick Cave, e por ai a fora). Novembro de 1968, 58 na US Hot 100, CCD traz de volta à vida esta balada.
Como curiosidade deixo-vos a informação que foi Screamin’ Jay Hawkings que fez a primeira aparição daquilo que ganhou o nome de Shock Rock performance. Apareceu em palco com uma longa capa, uma caveira que fumava chamada “Henry” e saiu de dentro de um caixão no meio de fumo. Alice Cooper, Black Sabbath e Marylin Manson seguiram muito mais tarde esta onda.
Voltando à musica em si, como todas as boas baladas de blues, o melhor é ouvir e deixar levar. De preferência ouvir sozinhos, à noite, e deixar que as guitarras falem com o espirito. Porque esta guitarra, na versão que apresento, chora, grita, segue à risca a voz do vocalista (o John Forgety, cuja voz lembra-me nesta musica um padre de voodoo, o que se adequa perfeitamente à onda da dita). Aquele baixo, suave, forte, como o bater de um coração, segue-nos para todo o lado, e deixamo-nos ir na batida certinha da bateria. E no solo, segue-se um crescendo que apetece deixar ver o feitiço entrar no corpo, e ouvir o gemido da guitarra baixinho. O grand finale, com um crescendo que se torna uma onda a bater num paredão... e acaba.
Carregar no botão de repeat é imperativo para mim.
I put a spell on you... ‘cause you’re mine…
É melhor deixar enfeitiçar pelo som...
I put a spell on you (Creedence Clearwater Revival version)
I put a spell on you
Because you’re mine.
You better stop
The things that you’re doin.
I said watch out!
I aint lying, yeah!
I aint gonna take none of your
Foolin around;
I aint gonna take none of your
Puttin me down;
I put a spell on you
Because you’re mine.
All right!
2 comments:
O primeiro contacto com esta música foi através do guitarrista fantasma que parece que não existe e que se existir, de certeza que não fez a cover disto. De qualquer maneira, e como já te disse, a versão que acabei por ouvir mais vezes foi mesmo a de Marilyn Manson que penso que consegue transmitir a alucinação original do Jay - "pai de todos nós" para os mais próximos. De qualquer maneira, não conhecia esta versão dos CCR e tenho que concordar contigo, a intensidade que a música transmite (mesmo com todos aqueles trejeitos à sixties) está brutal. Uma excelente escolha :D
Gosto muito de blues, apesar de este não me dizer muito. Mas achei a tua "crítica" interessante. Ah e também me lembro muito bem da altura em que um leitor de CD's era um luxo! :)
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