Saturday, March 1, 2008

Black Winter Day - Amorphis

Vou-me voltar para os sons extremos, a primeira incursão por esse maravilhoso mundo do barulho como muitos de vocês podem chamar. Como eu próprio chamava, há quase 15 anos atrás. Não conseguia entender a dita música extrema. Olhando para trás acho que não tinha a abertura de espírito suficiente para tentar apreciar este estilo (com muitos e diversificados estilos dentro). Tudo isso mudou no verão de 1995 quando me emprestaram o MCD de uma jovem banda finlandesa chamada Amorphis. O MCD chamava-se "Black Winter Day" e às primeiras notas do moog e urro de Tomi Koivosaari fiquei agarrado. Todos e quaisquer preconceitos que pudesse ter em relação à música extrema ficaram completamente reduzidos a pó. Ouvi incontáveis vezes esta música (e o próprio MCD, que é excelente) e fiquei hipnotizado pela capa que mostrava uma coruja a voar pelo mar (ou talvez um dos mil lagos) a segurar o Mjolnir, o eterno martelo de Thor. Toda a mitologia nórdica presente na imagem do grupo me fascinou, fascinação de que iria ser ampliada depois de ter comprado o primeiro álbum, Karelian Ishtmus, e segundo álbum, Tales From The Thousand Lakes. A inspiração na Kalevala, livro que reúne as lendas e contos tradicionais do país/região ainda reforça mais a magia que esta música por si só. Musicalmente, Amorphis começam a metamorfosear o seu som Death Metal logo ao segundo álbum de onde é retirado este tema, incluindo óbvias influências dos anos 70, principalmente pelo maravilhoso som do moog - como é que o pessoal deixou de usar isto, meu deus... - mas também pelas próprias estruturas das composições. Esta música tem um misticismo enorme e é daquelas que me irão fazer sempre parar para recordar quando a ouvir.

This is how the lucky feel
How the blessed think
Like daybreak in spring
The sun on a spring morning

Like the flat brink of a cloud
Like a dark night in autumn

But how do I feel
In my gloomy depths?

A black winter day
No, darker than that
Gloomier than an autumn night