Thursday, October 14, 2010

Deliverance - Opeth

Quando em 2002, Opeth decidiu fazer uma experiência na composição das suas músicas, a coisa acabou por não correr bem como esperavam. Após atingir um certo nível com o álbum Blackwater Park, decidiram fazer um álbum duplo e fazer no primeiro cd, as composições mais pesadas da sua carreira, sem muitos dos elementos acústicos que os tornaram famosos. No segundo cd, estariam então composições completamente acústicas. A editora da altura, Music For Nations, achou por bem dum produto fazer dois e separar os dois cds em dois lançamentos diferentes, Deliverance e Damnation, respectivamente. Seria de esperar que cada um dos lados da banda não se aguentasse sozinho, mas cedo ficou provado que nem assim o colectivo sueco seria capaz de falhar.
Deliverance, a faixa título, é a soma de tudo o que Opeth foi até esta data representado quer seja nos momentos acústicos - que também marcam presença embora isso não diminua o ambiente de peso de toda a faixa, quer seja pela melodia dos leads como dos solos. O peso avassalador em termos ritmico, a produção e os já mencionados solos. A letra traz um teor apocalíptico à temática lírica (muito apreciada por mim) do relacionamento entre duas pessoas, que acaba de forma trágica. O final é o ambiente perfeito para esse apocalipse, que insiste em repetir-se até à exaustão - que nunca chega a concretizar-se. Outro dos pontos fortes de Opeth, que aqui está particularmente sublime: A tonelada de interpretações possíveis de dar às letras.
Um épico que vai crescendo sem oposição e que, conforme se aproxima do fim, torna-se cada vez mais viciante, sendo impossível deixar de ouvir vezes sem conta, vezes sem conta, vezes sem conta. E é uma música de 13 minutos, faria se não fosse. E o ritmo no final, que fica a martelar por dias e dias, como um código morse ou uma mensagem qualquer desconhecida enviada do além apenas para nos por a abanar o carolo. E como se abana o carolo...


Floating on mist
Crept up the caverns of my brain
Received no warning
From nothing to a life code

Walk with me, you'll never leave

Wait to see your spirit free
Tell me how your heart's in need
As I drown you in the sea

Unwinding snares of distrust

Your wrist in my fast grip

Look me in the eye, I'm clear

This is your time

Face down beneath the waterline

Gazing into the deep

From love to death

In a time span of seconds
Oblivious to regret
Pushed into belief
In liquid cellophane
Gasping for air
Mercy in my eyes
Is the shade of the night

The piercing sounds you make

Soaring higher, higher now
And once left in my wake
Your memory's nothing but the scars on me

All over now

Forgotten why I needed this
Standing down
Disappear into the obscure
Resting days
Waiting for new disease
Biding time
Locked inside insanity

It always burns within

The downward spiral never ends
When driven into sin
Your salvation's found in a sinner's deed

All over now

Forgotten why I needed this
Standing down
Disappear into the obscure
Resting days
Waiting for new disease
Biding time
Locked inside insanity

The devil guides the way

Tells me what to say
Pours himself inside
And snuffs the final light

Deliverance

Thrown back at me

Deliverance

Laughing at me

Deliverance

Thrown back at me

Deliverance

Laughing at me